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Amigo que virou imortal

Escritor Carlos Herculano Lopes toma posse na Academia Mineira de Letras e agora tenho um amigo imortal

Ver meu amigo Carlos Herculano tomar posse na cadeira número 37 da Academia Mineira de Letras, dia 28 último, foi um dos bons momentos vividos este ano.  Companheiro de trabalho do jornal Estado de Minas, só por uns 20 anos, sempre presente nas coisas boas e nos tempos difíceis que a vida nos apresenta, vê-lo ali, de terno, gravata sapato engraxado, foram de uma emoção, saudade e alegria intensas.

Alegria e emoção de lembrar que acompanhei de perto seu esforço, desde a época em que colocava os livros debaixo do braço para vender em diversos locais, até assistir suas histórias se transformarem em sucesso de venda e transformar em minisséries para TV e em filme. Ver as pessoas brilharem é uma das mais gostosas sensações a gente pode sentir.

A esquierda o Jornalista Carlos Felipe Horta (que guiou a mim e Herculano no jornalismo), euzinha e o novo membro da AML

Saudade ao não ter a presença preciosa da nossa amiga/irmã, a jornalista Maria Helena Linhares, também companheira do jornal e das diversas fases da vida, que foi precocemente para outros planos, que não estava ali para aplaudirmos juntas o Carlinho. Saudade de não ter ao meu lado, meu companheiro de vida, Marco Antônio, que se juntou à “Marelena”, e não tivemos a oportunidade de curtirmos juntos esse momento tão importante de alguém que fez parte de nossa história.

Só digo uma coisa: não sabe o que está perdendo quem ainda não leu um dos livros do Carlos Herculano Lopes, contador de histórias da região do Vale do Rio Doce, mais precisamente da cidade de Coluna, onde nasceu em 1956. Pega emprestado, na biblioteca, vai na livraria mais próxima, mas leia, pois é uma viagem fascinante com seus personagens. (Posso emprestar pra quem quiser entrar nessa aventura).

Carlinho a gente tem um grande orgulho de você!

Na Academia

Carlos Herculano de Oliveira Lopes ocupa a cadeira de nº37, fundada por Olympio Rodrigues de Araújo e que tem como patrono Manoel Brasílio Furtado. Já foi ocupada por Affonso Aníbal de Mattos, Edgard de Vasconcellos Barros e, mais recentemente, por quase 20 anos, pelo poeta e contista mineiro Olavo Celso Romano, falecido em novembro do ano passado.

Publicações

O seu primeiro livro, O sol nas paredes, de contos, foi publicado por conta própria, em 1980, aos 22 anos.  Depois vieram os romances A dança dos cabelos (prêmios Guimarães Rosa e Lei Sarney, como autor revelação de 1987).
Sombras de Julho (e finalista do Prêmio Jabuti, Prêmio Quinta Bienal Nestlé de Literatura Brasileira, 1990).
 O vestido, finalista do Prêmio Jabuti, em 2005.
 O último conhaque, cuja sétima edição sai no início de 2024, pela Editora Record.  Coração aos pulos, recebeu o Prêmio Especial do Júri da União Brasileira de Escritores.

Os romances O vestido e Sombras de julho foram lançados na Itália, com tradução da professora Mariagrazia Russo, da Universidade de Viterbo, pelas Editoras Cavallo di ferro, e Il Fillo. Duzentas de suas crônicas, selecionadas, das cerca de 1500 publicadas no Estado de Minas, serão lançadas em um único volume, em 2024, com organização do escritor Jacques Fux.

Cinema
 Obras adaptadas para o cinema:
 Sombras de julho foi filmado por Marco Altberg, em 1995.
 O vestido, filmado por Paulo Thiago, em 2007, tendo no elenco, entre outros artistas, as atrizes Gabriela Duarte e Ana Beatriz Nogueira.
 Poltrona 27, também por Paulo Thiago, foi transformado em minissérie para o Canal Brasil, em 2017. Poltrona 27 foi ainda finalista do Prêmio Portugal Telecom, em 2012.

Alguns de seus livros viraram tese de mestrado e indicados para leitura para vestibulares.

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